Quando as lentes do olhar renovam os horizontes, tudo que parece o mesmo, pode vir a ser diferente.

12 janeiro 2012

FELIZ ANIVERSÁRIO BELÉM DO PARÁ









Belém dos meus encantos

Lá vem Belém,
moreninha brasileira,
com perfume de mangueira,
vestidinha de folhagem.
E vem que vem,
ligeirinha, bem faceira,
como chuva passageira
refrescando a paisagem.
Lá vem Belém,
com suas lendas, seus encantos,
seus feitiços, seus quebrantos,
seus casos de assombração.
E vem que vem,
com seu cheirinho de mato,
com botos, cobra Norato,
com rezas, defumação.
Lá vem Belém,
recendente, feiticeira,
no seu traje de roceira,
na noite de São João.
E vem que vem,
com seus banhos de panela,
alecrim, jasmim, canela,
hortelã, manjericão.
Lá vem Belém,
a Belém dos meus encantos,
dos terreiros, Mães de Santo,
das crendices, do pajé.
E vem que vem,
com sobrados de azulejo,
vigilengas, Ver-o-Peso,
na enchente da maré.
Lá vem Belém.
No dia da Trasladação
vela acesa, pé no chão,
sempre firme em sua fé.
E vem que vem,
o povo implorando graça,
sempre que a Berlinda passa
com a Virgem de Nazaré.
Lá vem Belém,
junto de Nossa Senhora,
dia do Círio ela implora
saúde, paz e dinheiro.
E vem que vem
o povão, o povo inteiro
porque Deus é brasileiro
e Jesus nasceu em Belém.

Sylvia Helena Tocantins
Escritora e membro da Academia Paraense de Letras

02 janeiro 2012

ANDROIDE SEM PAR






Passeando outro dia  com meu rayban escuro
Eu conheci um andróide sempar nem futuro
Porque também não existe mais
Nenhum futuro
Não tem sonho nenhum,
ele
 Nada espera
 Por isso nem repara a manha do poeta
 Porque também não existe
Nenhuma saudade,
não
 Não existe maldade na terra do andróide sem par
 Uns viram
Messias e andam no mar
 Uns andam armados pra te  matar
 Fazem amor por esporte
 Vivem a vida, não pensam na morte.
Não tem sonho...
...vivem a vida, não pensam


Andróide Sem Par
Cazuza