Quando as lentes do olhar renovam os horizontes, tudo que parece o mesmo, pode vir a ser diferente.

09 dezembro 2014

Calmaria
Há calmaria na voz mansa do rio
não espantes quem ainda dorme
Não acordes quem ainda se assusta
Deixe que os acordes sonoros
da maresia
despertarão do sono profundo
e ele virá beijar-te a tez morena
em um dia de sol forte.


Aog Rocha



21 outubro 2014





A fuga
No mar revolto que é a vida
todo motivo real ou nâo
choca e nos coloca diante
de versos,rimas e espadas
e esgrimas invisiveis nos tocam o corpo.

Arcos flechas,placas,setas
expulsam e norteiam destinos pontiagudos
onde as chagas dos corpos
sufuram e putrefam sem socorro
algum.
Ainda não chegou a meia noite,
mas almas penadas e lobisomens
caminham entre nós,
cadeias e quartos são abertos
e inicia-se a fuga em direções ignoradas
como a buscar abrigo em lúgubres paragens
nessa brincadeira de céu e inferno
até que chegue nossa vez
e saimos no encalço do destino
até chegue o primeiro raio lilás da aurora.
(Adaury Rocha)

20 setembro 2014

 

Me Leve 

Paulinho Moska

Quero voar contigo
P'ruma outra dimensão
Me empreste suas asas
Ou venha comigo
Vamos anular o peso do corpo
E flutuar sobre as nuvens
Como bruxas montadas em vassouras
Na insustentável leveza do ser
Levitar sobre o peso de viver
Não pra perseguir sonhos
Mas pra enlouquecer ventanias
Vamos nos perder na nossa fantasia
Me leve leve...
Me leve leve... com você
Me leve com você
Vamos flutuar no espaço da poesia invisível
Sem destino e sem cansaço
Seremos um só ser

 



17 setembro 2014

Carnavalesca Capitânia

Rebecca Braga

A minha casa não tem cadeira nem mesa
A minha casa não tem telhado é uma beleza (2X)
E hoje eu acordei com saudade do meu quarto
Quarto crescente da lua cheia
Que me recebeu no parto
Só pra você ver
Como é que eu faço
Como é que eu divido espaço
E quando você chegar
Me dê uma pista
De onde você está
Qual é a vista?
Se tem cheiro de mar
Se há terra à vista
Eu só quero é entender
Como a gente se perdeu
Quando a gente se descobriu
Se foi Cabral
Na época de Carnavil
Por que é que ele levou meu pau?
Meu Pau Brasil


08 setembro 2014

Dualidadeara

Num cenário que avista-se
longíncuo e desbotado,
vê-se vultos
de tudo que denota-se amor,
resquícios daquilo que chamamos dor,
e caí a máscara do fingimento
ante outros olhos.
O fundo falso do baú
onde guardamos sensações,
quebra-se e deixa a mostra todo ato proibido.....
fatos concretos,imaginações,desejos,libido
e...cai a máscara do "dissimulacrum"
ante outros olhos.
(Adaury)

22 agosto 2014

06 agosto 2014

Quando o sol aquecer minha asa
eu volto...
e então, a gente se entrega...

Aog Rocha 


Remo só
mesmo pertinho
a canoa me leva para outra margem
mesmo parecendo perto
é uma longa viagem sozinho...
Aog Rocha

05 agosto 2014

08 julho 2014





Rock Estrela
Léo Jaime


Quem sou eu e quem é você
Nessa história eu não sei dizer
Mas eu acredito que ninguém
Tenha vindo pro mundo a passeio

De onde se vem pra onde se vai
Só importa saber pra quê (pra quem)
Pois o destino transforma num dia
Um menino em herói de TV

Um dia a gente se encontra
No meio do mundo
Depois a gente se perde
No meio do mundo

Rock estrela, rock estrela
Rock estrela, rock estrela

Quem sou eu e quem é você
Nessa história eu não sei dizer
Mas eu acredito que ninguém
Tenha vindo pro mundo a passeio

De onde se vem pra onde se vai
Só importa saber pra quê (pra quem)
Pois o destino transforma num dia
Um menino em herói de TV

E enquanto a gente pensa
Que já sabe de tudo
O mundo muda de cena
Em menos de um segundo

Rock estrela, rock estrela
Rock estrela, rock estrela











07 julho 2014

Premoniçao

Quando pensar
queira sempre
o pensamento
longe do que
nao foi feito.

A graça de realizar
o fundo,o avesso
ou o rumo certo
escolhe-se no momento.

Quanto ao pensar
ainda nao voou
a borboleta que
esta no casulo
a espera da
primavera que vira.

(Adaury)

  



02 julho 2014

 


Saudade

A saudade é amarela
rosa e cravo na janela
grilo novo a tilintar.

A saudade sobe o morro
de lá grita por socorro
com o vento a espalhar

esse canto pelos ares
enchendo todos os lugares
desse grito forte e rouco,

e os insetos e os passarinhos
procuram todos,o caminho,
onde não há solidão,

mas não conseguem
entender o canto
daí não acham o ponto exato

de onde surgiu tal lamento
e o grito despercebido
passa ao longe dos ouvidos,
e se eterniza a saudade!


(ADAURY)

01 julho 2014

 Musica de agora


Um amigo da gente andava feliz
Não fez mal a ninguém como nunca fiz
Foi detido nas ruas por policiais
E trancado nas grades por causas legais
Todos estão cansados da situação
Mas não ousam falar contra as leis da nação
Só existe uma força pra solucionar
Sào os jovens calados tentando clamar
Por justiça, por justiça
Todos nós já tivemos um caso assim
E deixamos pra trás por ser ruim
Até quando seremos escravos e reis
Até quando esta força estará em vocês
Todos estão cansados da situação
Mas não ousam falar contra as leis da nação
Só existe uma força pra solucionar
São os jovens calados tentando clamar
Por justiça, por justiça.

Justiça
Kiko Zambianchi

12 junho 2014


 Então é Copa do Mundo do Brasil


Com pés descalço corro atrás da bola,
que rola, e insiste em fugir,
querendo descansar na rede,
mas sempre acaba nos braços
do goleiro adversário...

corro, insisto, suo a camisa,
chuto, cabeceio, dou canelada
dou barrigada, e ela nada de me obedecer
quando já estou desgastado, e quase desistindo
ela com pena de mim
vem de mansinho aos meus pés
beija e corre para finalmente comemorarmos juntos
goooooooooooooooooooooooooooooolllllllllll !!!!!!

Aog Rocha 




10 junho 2014

Presente do Passado
Thiago Soeiro

Enquanto eu esperava o mundo agia
As coisas nem sempre parecem fáceis
Dia desses me peguei chorando pela falta de quem nem conheci
Havia um pedaço meu sem estreia
A data marcada foi apagada do calendário
Sem lugar na agenda
O fuso horário ainda me deixa lento
Acordo no meio da noite e confiro que não foi um sonho
O telefone tem números novos agora
O passado invadiu meu presente nem faz cinco minutos.



27 maio 2014

Imagens

No descolorido
do retrato,
um rosto em 3 x 4
se esvai no tempo.

Que saudade daquele
momento,
mole como gelatina,
duro como um momento de dor
que se eterniza.

È o tempo que nos faz
perder a forma
contra toda norma,
roubando-nos
qualquer dia
que é todo dia na vida.

(Adaury)



22 maio 2014

Cantar

Canto cada canto
que apaga seus rastros
e emenda seus rasgos
que suplanta pegadas
e varre todo resquício
porta afora.

Piso em caminho de ovos
com a cara de ontem
com o rosto enrugado
tendo o sol por testemunha.

Volto pelas mesmas pegadas
com a cara lavada
com o cantar mais forte
cicatrizando os cortes..

fazendo valer o acordo
firmado entre a alma e o
cérebro...
lugares onde o cantar
e o sentir são produzidos....
sem força,sem grito!

(ADAURY)



16 maio 2014

O bosque


Quando cortaram as árvores
do "bosque dos Maias",
tudo ficou mais claro
mais quente
e mais chato.
Sumiram os pássaros,
os répteis e os macacos.

Dizem que irão
transforma-lo numa
dessas auto-academia
de musculação, pública,.....

.....onde as pessoas
modelam os corpos
mas....se esquecem das almas.

(ADAURY)



14 maio 2014

4a feira

Vieram as nuvens
vieram os ventos,
vieram todos os elementos.
Chegou correndo
a chuva da tarde,
só o crepúsculo
se esvaiu.
Chegaram as flores
e os passarinhos,
era a primavera
no fim de abril.

(ADAURY)



13 maio 2014

 A Inocência do Prazer
Cazuza
(de: George Israel e Cazuza)


Já passou, fomos perdoados
Por todos os deuses do amor
Acabou, podemos ser claros
Como era antes, seja lá como for
Alguém tentou desesperadamente
Sentir algo decente
Sou feliz, pois já fui julgada
Daqui pra frente, tudo é meu
Então fala baixo
Fala baixo e sente
Eu vou te dar um presente

Vento novo, flores e cores
Fim do verão tropical
Novos ares, novos amores
Tudo volta ao seu estado normal
Sou feliz e trago as provas
Nos meus olhos molhados
E vejo a vida tão diferente
Eu já posso entender
A inocência do prazer
Então fala baixo
Fala baixo e sente
Eu vou te dar um presente


12 maio 2014

A vida

Visceral,prematura,efêmera,fugaz
até onde se foi ontem?
onde ir pela manhã,quando parece que ainda é noite?

Que rumo seguir, que sumo beber?
ainda tem-se esperança...fugidia como água por entre os dedos..
tanta falta de alguns...desleixo e desdém
relativismo e coração de pedra...
o retrato do meu pai,a voz do meu pai,a falta do meu pai....
um absurdo irreal e intocável....reticências que não acabam


reticências que não acabam...oque é a vida, a não ser para
buscar ser feliz e fazer outros felizes....
sem amarras...sem fronteiras,
sem ficar a margem ou marginalizar a outros...
....oque vale é a vida...
só a vida.

Adaury

Acrobata da Dor

Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.

Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta ...

Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d'aço...

E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.

Cruz e Sousa

09 maio 2014

 Dia das Mães - aqui minha mãe  Sra. Maria Lima da Rocha

MÃE
(Barreto Coutinho)

Mãe - alma querida e Santa -
astro de divino brilho,
cuja luz a treva espanta
dos dissabores do filho
Mãe - criatura tão cara
do filho o mais santo altar...
- Quem perde essa gema rara
nunca mais há de encontrar!
Mesmo as aves, essa eterna
verdade mostra nos ninhos:
que se fez de alma materna
de amor ternura e carinhos.
Quando a sorte me arremessa
as mágoas , elas têm fim,
pois minha mãe nunca cessa
de pedir a Deus por mim

Uma vez vi-a rezando
aos pés da Virgem Maria,
Era uma santa escutando
o que outra santa dizia
Se uma coisa me tortura
e o pranto aos olhos me vem,
minha mãe - santa criatura
chora comigo também!


E então nos seus olhos leio
meu pranto o que há lhe causando:
-Só mágoas ao santo seio
que a dor tem santificado!

Por vossa infinita bondade,
Deus que eu creio e reconheço,
dai, pois, a mais longa idade
ao ser que eu tanto estremeço!




(Um conjunto de oito quadras constitui o poema intitulado "Mãe", de autoria do médico pernambucano Barreto Coutinho. Das oito estrofes, pelo menos seis delas têm sentido completo e independente. Daí que a quinta estrofe desgarrou-se das demais e, com ligeira alteração, tornou-se a "celebridade da família", a ponto de seu autor até hoje ser identificado por essa trova, uma das mais conhecidas, se não a mais conhecida no Brasil, em todos os tempos.  A ponto de muitos autores, ao longo do tempo, terem composto muitas trovas (e até feito paródias) bem ao estilo da trova abaixo:

Eu vi minha mãe rezando
aos pés da Virgem Maria.
Era uma santa escutando
o que outra santa dizia...

     E do poema completo, publicado pela primeira vez no jornal "A Província", de Recife, em 18 de janeiro de 1912, pouco se fala.  Barreto Coutinho, que viria a falecer em 1976, apesar de nascido em Recife, radicou-se em Curitiba, a ponto de alguns confundirem, achando que ele seria paranaense. O poeta residiu, por muito tempo, à Rua Alfredo Bufren, 86, aptº. 14-B.)




naquela manhã de maio 
a sensação era estranha 
a casa ainda estava ali 
a mesma cerca caída,
o mesmo portão quebrado,
as mesmas paredes caiadas,
na sala o mesmo retrato pintado
trazendo um outono inteiro de tristeza 

Pat Andrade


 Poesia de agora por Adaury Rocha

É...tanto

Quando vir o rubro da aurora
e as pequenas aves despertarem
nos galhos,
mirem-se na dinâmica da natureza,
e corra para a vida.

É tanta cor,tanto amor
que o furor das coisas negativas
passam ao longe e viram os rostos
em outra direção.

se bem que com essa visão
nem sei se existe algo negativo!

(ADAURY)


08 maio 2014

A flor

Um corpo sem vida
sobre a cama,
e tudo vem a superfície....

e nada mais existe!
-Ah! sabe aquele sentimento
que chamamos de amor?
-Agora não passa de
lembranças.....
no máximo,torna-se
concreto,
sob a forma de
uma flor!

(ADAURY)


Quando ví
já havia passado tudo,
a banda,o samba,a escola....
e tudo oque restou....
foram os restos das alegorias
espalhados de forma desordenada
sobre o tapete das flores de jambo
que começam a cobrir o solo.

(ADAURY).